Quem é Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia preso em operação da PF contra fraudes em licitações
12/11/2025
(Foto: Reprodução) Vice-prefeito de Hortolândia é preso em operação da PF contra fraudes em licitações
O vice-prefeito de Hortolândia (SP), Carlos Augusto Cesar, conhecido como Cafu, preso nesta quarta-feira (12) durante uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações públicas, tem 63 anos e é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Ele foi eleito em 2024 como vice na chapa do prefeito Zezé Gomes (Republicanos), reeleito no primeiro turno com 55,07% dos votos válidos.
Natural de Ponte Nova (MG), Cafu declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ensino superior incompleto e atuar como aposentado, com patrimônio de R$ 1.315.955,00. Ele é divorciado e se identifica como branco.
A chapa “O trabalho tem que continuar, Hortolândia não pode parar”, formada por Republicanos, PP, Podemos, PSB, PSD e a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), venceu as eleições de 2024 com 60.742 votos, e manteve no comando da prefeitura Zezé Gomes, que havia assumido o cargo após a morte do então prefeito Angelo Perugini (PSD) em decorrência da Covid-19.
Cafu Cesar, vice-prefeito eleito de Hortolândia
Reprodução/Facebook
Cassação de mandato
Em janeiro de 2025, a Justiça Eleitoral de Hortolândia determinou a cassação dos mandatos de Cafu e do vereador Leonardo Martins Moreira (PSB), o Leo do LM, por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.
Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, os dois teriam tentado coagir uma candidata da oposição a desistir da candidatura, oferecendo dinheiro e um emprego, além de fazer ameaças pessoais e ao comércio da vítima.
O juiz Luis Mario Mori Domingues considerou que as provas indicavam a existência de um “plano claro” para enfraquecer adversários políticos e beneficiar a base eleitoral de Leo do LM.
A decisão também determinou a inelegibilidade de ambos por oito anos. O prefeito Zezé Gomes (Republicanos) chegou a ser citado na ação, mas a acusação contra ele foi considerada improcedente por falta de provas.
A defesa de Cafu negou as acusações e afirmou que não houve prática irregular, contestando a validade das provas apresentadas. A prefeitura informou, à época, que as funções administrativas permaneciam normais enquanto os recursos não fossem julgados em instâncias superiores.
O g1 não conseguiu confirmar se houve nova decisão sobre a cassação.
Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia, foi levado algemado à Polícia Federal
Aline Albuquerque/CBN Campinas
50 mandados de busca e seis de prisão
Durante a operação, foram executados 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em São Paulo, no Distrito Federal e no Paraná. Todos foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP).
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e três de prisão na região de Campinas (SP). Além da metrópole, as ações também ocorreram em Hortolândia, Sumaré (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP), segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
Os envolvidos podem responder por crimes como corrupção, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação irregular e organização criminosa.
Em nota, o advogado Ralph Tórtima Filho, que assumiu a defesa do vice-prefeito, disse que está “solicitando acesso aos autos e que somente se manifestará após conhecimento das investigações”.
O que dizem as prefeituras
Hortolândia
A secretária de Assuntos Jurídicos de Hortolândia, Silvânia Anízio, afirmou à EPTV que a prefeitura colaborou integralmente com a Polícia Federal durante a operação realizada nas secretarias de Educação e de Governo, entregando todos os documentos solicitados.
Segundo ela, os agentes recolheram quatro processos ligados à empresa Life Tecnologia Educacional, responsável pelo fornecimento de materiais didáticos e de robótica. O contrato com a empresa segue ativo.
Anízio destacou que todos os processos seguem a Lei 14.133/2021 e passam por acompanhamento rigoroso, afirmando que “tudo é feito dentro da legalidade.”
Sobre a prisão do vice-prefeito, a secretária disse que a prefeitura aguarda acesso ao processo antes de se manifestar, e que questões relacionadas a ele cabem à defesa particular.
Por fim, ela reafirmou a confiança nos mecanismos de controle interno e a disposição da administração em cooperar com as investigações, reforçando que todos os procedimentos municipais estão “em consonância com a lei”.
Limeira
"A Prefeitura de Limeira informa que a atual gestão não renovou, no início deste ano, o contrato com a empresa Life Educacional e não realizou em 2025 qualquer pagamento à referida empresa.
A Life é alvo de apuração interna, conduzida por uma comissão de sindicância da administração municipal, diante de suspeitas relacionadas à aquisição de kits de robótica.
Por se tratar de uma contratação realizada pela gestão anterior, as informações sobre a operação devem ser consultadas junto à Polícia Federal, órgão responsável pela investigação do caso.
Por fim, a Prefeitura esclarece que não foi alvo de mandado de busca e apreensão".
Sumaré
“A Prefeitura de Sumaré informa que recebeu, na manhã desta quarta-feira (12/11), equipe da Polícia Federal para o cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara Federal de Campinas, em investigação conduzida pelo Ministério Público Federal.
O procedimento tem como foco contratos firmados em 2020, referentes à gestão anterior, e não diz respeito a contratos celebrados pela atual administração.
O Executivo Municipal reforça que está colaborando de forma plena com as autoridades competentes, disponibilizando toda a documentação e informações solicitadas, com transparência e total respeito à legalidade.
Ressalta-se que a medida possui caráter exclusivamente investigativo, sem qualquer conclusão ou juízo de valor sobre eventuais responsabilidades.
A Prefeitura de Sumaré reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a boa gestão dos recursos públicos, mantendo o funcionamento normal de todos os serviços à população”.
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