Brasileiros no Líbano conseguem ver troca de mísseis entre Israel e Irã: 'Deus me livre explodir uma casa e acabar com uma família'

  • 17/06/2025
(Foto: Reprodução)
Morador de Guarulhos, na Grande SP, o empresário Saddam Haj Chaffouni foi visitar os parentes no país do Oriente Médio após ritual religioso. Ele deveria ter retornado ao Brasil na segunda-feira (16), mas foi surpreendido com a escalada dos conflitos. Brasileiros no Líbano conseguem ver troca de mísseis entre Irã e Israel O empresário brasileiro Saddam Haj Chaffouni, de 34 anos, morador de Guarulhos, na Grande São Paulo, vive dias de incerteza e medo no Líbano após o início do conflito entre Irã e Israel na última sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. Ele e outros três brasileiros conseguiram ver de perto a troca de mísseis entre os dois países. "Na sexta-feira, quando vi que começou o ataque israelense no território iraniano, tudo virou uma bagunça. Passa mísseis de um lado, mísseis do outro e a gente fica aqui sem saber o que fazer", disse Saddam à GloboNews, que está na cidade de Ghazze. Nas imagens feitas pelo brasileiro, é possível observar ao menos nove pontos de luz atravessando o céu do país que faz fronteira com Israel. "Você fica aflito porque você não sabe se vai cair [um míssil] aqui de repente. Igual como se fosse uma bala perdida, mas não é uma bala, é um míssil que pode cair e, Deus me livre, explodir uma casa, acabar com uma família. É estressante viver tudo isso." Chaffouni viajou no dia 11 para realizar a peregrinação islâmica Hajj, na cidade de Meca, na Arábia Saudita. Após cumprir o ritual religioso, foi visitar parentes no Líbano e chegou ao país no final da tarde do mesmo dia. Sua volta ao Brasil estava marcada para a madrugada desta segunda-feira (16), mas ele foi surpreendido pela escalada das tensões entre os dois países. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Agora, ele e outros três brasileiros do seu grupo de sete pessoas que foram para o Líbano estão sem saber quando voltarão para casa. Saddam Haj Chaffouni e outros três brasileiros do seu grupo de sete pessoas que vieram para o Líbano estão sem saber quando voltarão para casa. Reprodução/GloboNews "Acabei ficando preso aqui, querendo ir embora e não consigo. A companhia aérea não passa nenhuma posição, não dão uma data. Falta muita boa vontade da parte deles em ajudar a gente a resolver o nosso problema aqui. Mas ninguém está pedindo um favor", desabafou. Pela segunda vez no país do Oriente Médio, o empresário afirmou que nunca imaginou passar por isso. Ele relatou que enviou os vídeos dos ataques para os parentes e amigos do Brasil, porque é "impressionante". O conflito entre Irã e Israel entrou no quinto dia nesta terça-feira (17). Desde sexta-feira (13), as trocas de ataques deixaram 248 mortos nos dois países, segundo autoridades locais. Míssil lançado pelo Irã cruza os céus de Netanya, em Israel Jack GUEZ / AFP Companhias aéreas suspenderam voos A situação de Chaffouni é agravada pela falta de suporte da companhia aérea. Segundo ele, a Ethiopian Airlines "não deu nenhuma posição e nenhum respaldo", além de não ter comunicado com antecedência que as passagens seriam canceladas. "Colocaram cancelado no dia da viagem só à noite, e eu ainda consegui ver por terceiros porque o site e o telefone do aeroporto não estavam funcionando. A companhia aérea em nenhum momento entrou em contato, não ofereceu hospedagem", disse. O site da Ethiopian Airlines informa, nesta terça-feira (17), que os voos de Beirute, capital do Líbano, para São Paulo ou outras cidades brasileiras estão "não programados" para todo o mês de junho. Procurada, a companhia ainda não respondeu até a última atualização desta reportagem. Na madrugada de sexta-feira (13), a plataforma de rastreamento de aviões Flight Radar mostrou como ficou a movimentação das aeronaves no Oriente Médio depois dos ataques de Israel ao Irã. O espaço aéreo israelense foi fechado, inclusive para voos comerciais. Aviões evitam parte do Oriente Médio após ataque de Israel contra o Irã FlightRadar24 Apesar do caos, o aeroporto do Líbano, em Beirute, não está fechado. Segundo o empresário, as companhias aéreas locais estão funcionando normalmente no país. No site de outras companhias aéreas que fazem o trajeto como a Qatar Airlines, por exemplo, é possível comprar passagens do Líbano para o Brasil nessa semana ou no restante do mês de junho. "Queria voltar hoje, se pudesse, amanhã ou mais rápido possível. Cada hora a companhia aérea fala uma coisa. Ouvi dizer que o retorno será daqui a 20 dias somente, mas não tenho condição de ficar aqui esperando a boa vontade deles", disse. Enquanto aguarda, o empresário, que é casado e pai de três filhos, diz que está na casa de parentes, mas que toda situação o constrange. "Para nós, [o Hajj] é um ritual muito importante, é o é um dos pilares do Islã. Meus filhos e esposa estão me aguardando ansiosos no Brasil". Irã x Israel Os ataques de Israel ao Irã começaram na última sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. Os dois principais líderes militares do país foram mortos. Em retaliação, o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel, ferindo dezenas de pessoas. Aiatolá iraniano, Ali Khamenei, afirmou que Israel provocou uma guerra e cometeu um 'grande erro'. Os ataques continuaram nesta segunda-feira (16). Israel bombardeou o prédio de uma TV estatal do Irã durante a transmissão ao vivo de um jornal. Irã disse que o ato foi um "crime de guerra". Benjamin Netanyahu diz considerar o assassinato do líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Segundo as agências AP e Reuters, Donald Trump vetou um suposto plano israelense para matar o aiatolá. Ministério da Saúde do Irã informou que 224 pessoas morreram no país desde o início do conflito; Israel registra 24 mortos até agora. Há civis entre os mortos.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/06/17/brasileiros-no-libano-conseguem-ver-troca-de-misseis-entre-israel-e-ira-deus-me-livre-explodir-uma-casa-e-acabar-com-uma-familia.ghtml


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