Em que medida precisamos estar felizes para reduzir o risco de mortalidade por doenças crônicas
21/10/2025
(Foto: Reprodução) Doenças cardíacas, câncer, asma e diabetes representaram cerca de 75% das mortes não relacionadas à pandemia em 2021. São doenças crônicas que podem resultar de fatores genéticos, ambientais e comportamentais, ou de uma combinação deles. Mas que outros elementos influenciam seu risco de surgimento e progressão? Um novo estudo, publicado na revista científica Frontiers in Medicine, investigou a relação entre felicidade e saúde para descobrir se estar mais feliz significa estar mais saudável.
O bem-estar subjetivo, ou felicidade, parece funcionar como um ativo de saúde populacional
Centre for Ageing Better
“Mostramos que o bem-estar subjetivo, ou felicidade, parece funcionar como um ativo de saúde populacional, mas apenas quando um patamar mínimo de aproximadamente 2,7 na escala Life Ladder é ultrapassado”, afirmou a autora principal, Iulia Iuga, pesquisadora da Universidade 1 Decembrie 1918 de Alba Iulia (Romênia). “Acima desse ponto de virada, o aumento da felicidade está associado à diminuição da mortalidade”, acrescentou.
O Life Ladder (Escada da Vida) é uma métrica criada pelo projeto World Happiness Report, que coleta dados de diversos países para entender como as pessoas percebem sua qualidade de vida. Ela se baseia em uma pergunta simples feita em diferentes tipos de levantamentos: “Imagine uma escada com degraus de 0 a 10, onde o topo representa a melhor vida possível e, a base, a pior. Em que degrau você se encontra hoje?”. A equipe usou informações de organizações de saúde, estatísticas globais de desenvolvimento e pesquisas de opinião pública, coletadas de 123 nações, entre 2006 e 2021.
Uma pontuação de 2,7 está na parte inferior da escada, e pessoas ou países que se encontram nesse nível são geralmente considerados infelizes ou enfrentam grandes dificuldades. No entanto, a partir daí, melhorias na felicidade começam a se traduzir em benefícios mensuráveis para a saúde. O estudo descobriu que cada aumento de 1% no bem-estar subjetivo está ligado a uma redução estimada de 0,43% na taxa de mortalidade por doenças crônicas entre indivíduos de 30 a 70 anos.
Os países que ultrapassaram tal limite tendem a ter maior gasto com saúde por pessoa e redes de proteção social. A pontuação média na escala Life Ladder foi de 5,45, com um mínimo de 2,18 e um máximo de 7,97. Não é difícil imaginar formas de elevar os índices acima de 2,7:
Promover hábitos saudáveis por meio da expansão da prevenção da obesidade e restrição da disponibilidade de álcool.
Melhorar o meio ambiente com padrões mais rigorosos de qualidade do ar.
Aumentar o gasto per capita com saúde.
Fernando de Noronha é o 1º lugar do Brasil a medir Felicidade Interna Bruta