Entenda como foi o caso do 'macaco azul' e por qual crime homem que pintou animal pode responder
28/06/2025
(Foto: Reprodução) Maus-tratos foi filmado pelo agressor, que ainda fez piadas durante o ato. Homem de 50 anos responde criminalmente pela conduta na cidade de Santa Juliana, no Triângulo Mineiro. Macaco é pintado de azul com requinte de crueldade no interior de MG
O caso de maus-tratos contra um macaco em Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, levou a Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMG) a aplicar uma multa de R$ 17.699,20 contra o agressor. O homem está sendo investigado pela Polícia Civil.
Ivair Heraldo da Cunha, de 50 anos, foi flagrado em vídeo pintando um macaco com tinta spray azul. O ato, que ele mesmo gravou com tom de deboche, gerou indignação nas redes sociais. Assista ao vídeo acima.
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O animal fugiu para uma área de mata da região. Até o momento, ele não foi localizado. O g1 tenta contato com a defesa do investigado.
Qual crime foi cometido?
Ivair vai responder por crime de maus-tratos a animais, previsto no Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998). A legislação considera crime "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”
🔎 O crime de maus-tratos contra animais está previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998). Consiste em praticar ato de abuso, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena é de detenção de 3 meses a 1 ano, além de multa. A pena pode ser aumentada caso o animal morra em decorrência dos maus-tratos.
Apesar da gravidade, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, Ivair foi liberado após prestar depoimento e responderá em liberdade. As informações são do delegado Wesley Lucena Dutra.
Investigação criminal
O vídeo que mostra o homem pintando o animal chegou à Polícia Civil por meio de uma denúncia anônima feita na segunda-feira (23). Nas imagens, o macaco está dentro de uma gaiola, já coberto por tinta em spray.
A investigação apontou que Ivair Heraldo da Cunha colocou uma armadilha no telhado da casa para capturar o macaco. Após o animal ser preso na gaiola, o suspeito utilizou uma lata de spray para pintá-lo de azul, e, em seguida, soltou o bicho.
Durante a investigação na propriedade rural, foram encontradas telhas quebradas e pintadas de azul, o que, para a Polícia Civil, são indícios de que a cena ocorreu e foi registrada no local.
Em depoimento à Polícia Civil, Ivair alegou que pintou o macaco para evitar que ele voltasse para sua casa e destruísse objetos. O médico veterinário destaca que conflitos com primatas têm se tornado cada vez mais comuns devido à interação indevida entre humanos e animais silvestres.
“A atitude dessa pessoa não é nem um pouco recomendada e nem um pouco esperada. Normalmente, a gente vê os macacos se aproximando das áreas rurais e até das urbanas, nos condomínios. Eles começam a ir em busca de alimentos, as pessoas interagem e esquecem que o animal é selvagem, é silvestre, e, daqui a pouco, começa a causar danos. No início, a pessoa acha bonitinho, mas depois fica brava, porque o animal entra, pega fruta, pode atacar, pode, inclusive, levar doenças”, afirmou o delegado.
Entenda o caso do 'macaco azul"
No vídeo, Ivair aparece segurando uma lata de tinta spray e pintando um macaco preso em uma gaiola.
Ele ainda fez piadas com a conduta durante o ato.
Após o ato, o homem soltou o animal, que fugiu para uma área de mata. Até o momento, o macaco não foi localizado, e especialistas temem por sua saúde e sobrevivência.
Segundo o médico veterinário Márcio Bandarra, a tinta spray contém solventes, resinas e até metais pesados que podem causar intoxicação, obstrução das vias respiratórias e outros danos graves. “Esse animal, se não morreu, está vulnerável", disse.
Ivair foi multado em R$ 17 mil e, após prestar depoimento, foi liberado e responde pelo crime ambiental em liberdade.
Homem pinta macaco de azul em Santa Juliana
Redes Sociais/Reprodução
Momento em que macaco é pintado de azul
Polícia Civil/Divulgação
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