Estudo de transferência da Diretoria de Ensino de Suzano para a Escola Batista Renzi preocupa educadores

  • 26/10/2025
(Foto: Reprodução)
Escola Estadual Batista Renzi, em Suzano Thiago Caetano/g1 Um estudo de transferência da sede da Diretoria de Ensino de Suzano para a escola estadual Batista Renzi preocupa educadores da cidade. O assunto mobilizou a comunidade escolar que cobra explicações do Estado sobre o impacto que essa medida pode causar aos alunos e professores. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp A escola é uma das mais tradicionais da cidade. Inaugurada em 1977, a unidade atende mais de 2 mil alunos do 6º ao 9º ano, ensino médio e Educação de Jovens de Adultos (EJA). No prédio também funciona o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA). De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a escola tem 19 salas que atendem 47 turmas e conta com 196 professores. A Seduc informou que estuda a utilização de "espaços ociosos" da unidade e afirmou que, caso seja concretizada, a alteração não trará prejuízos (confira abaixo a nota completa da Seduc). Já a Prefeitura de Suzano esclareceu que foi questionada se havia um prédio público para abrigar a diretoria, mas destacou que a cidade não possui imóveis para esta finalidade. Outra queixa dos professores é o encerramento do período noturno da Escola Estadual Ignês Corrêa Allen de Ferraz de Vasconcelos, previsto para ocorrer em 2026. A Seduc informou que foi constatada demanda insuficiente para dar continuidade ao período em 2026 (leia mais abaixo). Batista Renzi Seduc diz que estuda transferência da Diretoria de Ensino para "espaços ociosos" da Escola Batista Renzi Thiago Caetano/g1 Representantes da subsede de Suzano do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) fizeram uma manifestação em frente à Diretoria de Ensino do município no dia 14 de outubro. "Protestamos contra o uso da Escola Batista Renzi para se transformar em Diretoria de Ensino. Estivemos lá, e a justificativa é de que não tem acessibilidade, o que é verdade. Só que a Prefeitura ofereceu um terreno, que o Estado negou. Existem outros espaços que poderiam ser utilizados para essa finalidade", afirmou a coordenadora da Apeoesp, Ana Lucia Ferreira. Para Ana Lúcia o movimento começa com a eliminação de séries para a implantação da Diretoria e gradativamente vai terminando a escola. "Na nossa avaliação, acaba em 2028. Não podemos permitir que se fechem salas de aula para serem ocupadas por um espaço burocrático como a Diretoria de Ensino", protestou. A coordenadora observou que o Estado diminuiu a demanda para 2026, para dizer que vão ocupar espaços ociosos. "É jogo de palavras. Não discutiram com a comunidade escolar e nem passou pelo Conselho de Escola. Por isso, nos organizamos", finalizou. Preocupação André Nascimento, de 39 anos, é professor na Batista Renzi e ficou preocupado com a possibilidade de mudança. Para ele, a escola é bem estruturada, possui sala de vídeo e um laboratório de química, onde os estudantes realizam experimentos. Ele cobra mais transparência sobre o estudo e aponta que falta clareza na proposta. "Não sabemos quantas salas vão pra lá. Fizemos um requerimento solicitando o estudo que eles possuem, para montar uma comissão e analisar se haverá impacto ou não. São dúvidas pertinentes e não um afrontamento. Gostaríamos que eles apresentassem esse estudo para tentar entender qual o impacto que isso vai causar", afirmou. O professor tem algumas sugestões do que pode ser feito com esses espaços. "Entre as ideias, estão um laboratório de robótica e um laboratório de ensino matemático. Também teremos espaço para dialogar outras ideias. Vou levar para a Diretoria de Ensino. Não existe espaço ocioso na escola." Sede da Diretoria de Ensino de Suzano Reprodução/TV Diário Tiago da Silva foi professor no Batista Renzi no ano passado. Ele destacou a importância da instituição na cidade e criticou a medida. "Você está retirando uma escola. Fazendo isso, você está tirando vagas dos estudantes, dos professores, dos funcionários que estavam trabalhando. Você tira de Suzano uma escola histórica, que formou gerações de pessoas e criaram uma identificação. Isso é impactar a vida de uma cidade", criticou. Para ele, o olhar educacional está sendo trocado por uma visão mercadológica. "Estão loteando o possível a fim de conseguir resultados fictícios. É um governo que obriga professores a usarem plataformas, que fechou salas e agora está fechando escolas", disparou. Ignês Corrêa Allen O fim das aulas noturnas na escola estadual Ignês Corrêa Allen também não agrada a comunidade escolar. Na visão de Robson Bolt, conselheiro efetivo da Apeoesp de Ferraz de Vasconcelos e Poá, este tipo de iniciativa afasta as pessoas da escola. "Isso nega o direito à educação pública e faz com que muitos desistam de estudar ou do próprio emprego, ampliando a desigualdade." Para Bolt, o principal impacto será o deslocamento dos estudantes para unidades mais distantes. "A escola é, muitas vezes, o centro cultural e social desta comunidade local. Deslocamento maior aumenta o cansaço físico, emocional e mental dos estudantes. Um prédio educacional, ao se tornar administrativo, deixa de garantir sua função essencial, que é o direito à educação." A jornalista Kaísa Romagnoli tem uma filha, de 15 anos, que passa por tratamentos médicos. Ela tentou matricular a jovem no período noturno quando soube que o mesmo não estaria mais disponível na unidade. A escola fica a menos de um minuto de distância de onde ela mora. "Ela iniciou o tratamento há dois meses e deveria estudar à noite no ano que vem. Quando fui matricular, me informaram que o período noturno vai acabar", disse. A situação e a falta de diálogo traz uma sensação de impotência. "A minha luta é para ser ouvida. Em nenhum momento eles pararam para me escutar. Me sinto impotente. É uma sensação de impotência muito grande. Na verdade, o exercício da democracia não existe", desabafou. A Seduc informou que foi constatado que o ensino noturno na Ignez Correa Allen não apresenta demanda suficiente para continuidade em 2026 (veja abaixo a nota completa). Escola Estadual Professor Ignês Correâ Allen, em Ferraz de Vasconcelos Kaísa Romagnoli Leia a nota completa da Seduc "A Unidade Regional de Ensino (URE) de Suzano esclarece que está em andamento um estudo sobre a possível utilização de espaços ociosos da unidade escolar para abrigar também a URE. As informações foram compartilhadas com representantes da Apeoesp durante reunião realizada na sede da URE na manhã desta terça-feira (14). Cabe destacar que, caso a mudança se concretize, não haverá prejuízo aos alunos nem aos professores da unidade. Após análise da URE, foi constatado que o ensino noturno na EE Ignez Correa Allen não apresenta demanda suficiente para continuidade em 2026. Novas turmas poderão ser abertas caso haja procura de estudantes com vínculo empregatício, garantindo que nenhum aluno fique sem vaga." Estudantes de Ferraz de Vasconcelos reclama sobre fechamento do período noturno em escola Leia também 'Parafusos gigantes’ com altura de prédio de 6 andares serão instalados em estação para ajudar na despoluição do rio Tietê Mogi das Cruzes e Suzano ficam abaixo da meta de alfabetização de crianças de até 7 anos Assista a mais notícias do Alto Tietê

FONTE: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2025/10/26/estudo-de-transferencia-da-diretoria-de-ensino-de-suzano-para-a-escola-batista-renzi-preocupa-educadores.ghtml


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