Ibama e MP fiscalizam atrativo após onda de incidentes com peixes a turistas em Bonito

  • 15/04/2025
(Foto: Reprodução)
Órgão nacional tenta identificar quais espécies de peixes estão no atrativo particular Praia da Figueira; local registrou incidentes na lagoa artificial. Ibama e MP fiscalizam atrativo após 14 acidentes com peixes a turistas em Bonito O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público fiscalizam o atrativo Praia da Figueira, que fica localizado na zona rural de Bonito (MS), considerada a capital do ecoturismo, após banhistas serem mordidos por peixes. Entre janeiro e março deste ano, 14 incidentes foram registrados no lago artificial do atrativo, segundo a Secretaria de Saúde do município. O número de ocorrências levou uma equipe do órgão nacional a vistoriar o estabelecimento, na tarde desta terça-feira (15). De acordo com a analista ambiental do Ibama, Fabiane Souza, a fiscalização tem como objetivo identificar se há espécies exóticas no atrativo. A ação contou com 4 agentes e um professor biólogo especialista em espécies de peixes. “A gente precisa saber de onde esses animais vieram, a origem deles, para poder saber então como que isso aconteceu, como eles foram introduzidos aqui. As espécies podem causar uma série de impactos no ecossistema local, na biodiversidade, que são espécies que competem com espécies locais por alimentação”. Equipe do Ibama esteve no atrativo nesta terça-feira (15) Thais Libni O biólogo e professor visitante da Universidade de Campinas (Unicamp), José Sabino, acompanhou a fiscalização no atrativo e falou da preocupação caso espécies exóticas se espalhem pela região. “Você pode ter um peixe não nativo que não ocorre naturalmente entrando nas nascentes dos rios como Formoso, e aí você teria então um problema de uma invasão em um ambiente natural e isso ocorreria numa série de problemas de cunho ecológico.” O atrativo chegou a ser interditado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) em março deste ano após visitantes serem atacados. No último dia 10, o órgão estadual liberou o uso parcial da lagoa artificial do atrativo, após a instalação de uma grade de contenção para impedir o acesso dos peixes “de médio e grande porte à área destinada ao banho, bar molhado e tirolesa”. Laudo para explicar incidentes Banhista foi mordido por peixe em atrativo de Bonito em 2023. Arquivo pessoal Para identificar as espécies de peixes presentes no atrativo, os fiscais usaram drones e chegaram a mergulhar no lago artificial. A partir dos materiais colhidos, a equipe vai produzir um laudo técnico para explicar o motivo dos incidentes. Segundo a analista ambiental do Ibama, Fabiane Souza, duas espécies da bacia amazônica ou uma espécie local podem ser as responsáveis pelas mordidas: o tambaqui, tambacu ou até mesmo o pacu. Conforme a profissional do Ibama, espécies exóticas podem provocar acidentes, especialmente devido à sua dentição e hábitos alimentares. O tambaqui e o tambacu têm uma dieta que inclui alimentos duros como cocos, aumentando a probabilidade de incidentes. “Todo peixe pode vir a acontecer esses acidentes, mas o tambaqui e o tambacu são espécies exóticas pela bacia do rio Paraguai e elas não podem ser criadas aqui nesse sistema, que é um sistema de atrativo turístico. Por conta da dentição dos peixes e também do tipo de alimentação que é nativa deles, a gente imagina que possa ser tambaqui que é um híbrido entre pacu e tambaqui ou excepcionalmente um pacu muito grande”. Equipe do Ibama tenta identificar espécie de peixe responsável pelos incidentes Thais Libni Segundo a lei federal 140/2011, a União é responsável pelo controle da introdução de espécies exóticas no Brasil. A legislação visa proteger os ecossistemas locais e a biodiversidade, prevenindo que espécies invasoras competem com as nativas por recursos alimentares. Caso seja constatada a presença de espécies exóticas, os donos do atrativo Praia da Figueira podem sofrer processo administrativo, autuação e ordem para retirada dos peixes. O laudo do Ibama deve ser publicado em 20 dias. Devido a gravidade do caso e número de incidentes, o Ministério Público também acompanha o caso. “Se for constatado que aqueles peixes estão de forma irregular sem autorização dos órgãos ambientais, o Ministério Público pode ingressar com uma ação civil pública pedindo o fechamento do atrativo e a retirada daqueles peixes do local”, disse o promotor de Justiça, Alexandre Estuqui Junior. O que diz o atrativo? Atrativo Praia da Figueira fica localizado na zona rural de Bonito (MS) Thais Libni O gerente do atrativo, Alex Kossmann, acompanhou a fiscalização do Ibama e negou que tenham introduzido peixes exóticos na região. O funcionário alega que os acidentes registrados estão relacionados, principalmente, ao comportamento dos turistas que não respeitam as regras de segurança e alimentam os peixes, o que é proibido. O profissional detalha que no período de três meses, o espaço recebeu mais de 26 mil turistas. “Aconteceram 14 casos de mordidas e na maioria dos casos o próprio cliente relatou que estava dando alguma comida para o peixe, o que é proibido. Hoje a gente tem placas instruindo, entregamos panfleto na entrada com várias regras, uma delas é de não alimentar os peixes, mas que acaba ocorrendo situações do cliente querer tirar uma foto”. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/04/15/ibama-e-mp-fiscalizam-atrativo-apos-onda-de-incidentes-com-peixes-a-turistas-em-bonito.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Anunciantes