Lago onde menino de 6 anos salvou família já foi cenário de outros acidentes; veja cronologia

  • 31/12/2025
(Foto: Reprodução)
Mãe que sobreviveu a naufrágio relata momentos de desespero no Lago do Manso Criado entre 1988 e 2001, o Lago do Manso é um reservatório artificial que passou a atrair moradores e turistas em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. Projetada para controlar enchentes e garantir o abastecimento de água, a barragem voltou ao centro das atenções nesta semana após uma criança de 6 anos conseguir salvar a mãe e o irmão bebê depois que a lancha em que a família estava naufragou no lago. Após o acidente, o menino Bernardo Mazzaron Yerdiska, único ocupante da lancha que usava colete salva-vidas, conseguiu chegar até a margem e pedir ajuda a moradores da região. Eles iniciaram as buscas e localizaram a mãe da criança, Camila Mazzaron, e o irmão, Benício Mazzaron Yerdiska, de 1 ano, que estavam à deriva no lago. Até a última atualização desta reportagem, seguem desaparecidos o autônomo Lucas Yerdliska, de 33 anos, pai dos meninos, e o piloto da embarcação, Vando Celso Almeida Orro. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Conforme o Sistema Eletrobras Furnas, que administra a hidrelétrica que fica no local, o Lago do Manso possui uma profundidade média de 19 metros, com extensão aproximada de 50 quilômetros ao longo do Rio Manso e largura média de 7,7 quilômetros. Na cota atual, a área superficial do reservatório é de cerca de 325 quilômetros quadrados. Ao g1, o professor do departamento de geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cleberson Ribeiro de Jesus, contou que a construção da barragem foi motivada após a grande enchente de 1974, que afetou Cuiabá, Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço. “O projeto começa com a questão social, mas também se pensou em criar um grande reservatório de água doce para abastecimento futuro da capital”, explicou. Enchente Rio Cuiabá 1974 Reprodução Segundo o professor, o reservatório apresenta uma profundidade máxima que chega a 80 metros, respeitando a topografia local com cânions e variações no relevo. Apesar disso, ele aponta que a navegação no lago pode ser perigosa, já que a superfície extensa da lâmina d’água favorece a formação de ondas. “Além disso, tem rajadas de ventos que podem criar ondas de cerca de 40 a 50 cm que, dependendo da embarcação, acabam tombando”, pontuou. Após o resgate, Camilla Mazzaron relatou como o acidente aconteceu. Ela contou que o tempo mudou rapidamente, com ventos fortes e ondas inesperadas. "Eu lembro que a gente estava no meio e começaram ondas e ventos muito fortes. O Vando [piloto da embarcação] tentava de tudo pra continuar mas ela não se mantinha. Nessa hora, eu virei de costas pois a gente não conseguia ficar de frente, vinha muita agua, e eu estava com o bebê no colo ", relembrou a mãe. Veja a distância do local do naufrágio de Cuiabá Arte g1 Nessa mesma linha, o doutor em recursos hídricos e da UFMT, Ibrahim Soutirim, também destacou que os ventos na região, mesmo em condições moderadas, podem favorecer a formação de ondas devido à vasta superfície do local, que segundo ele também tinha como objetivo a distribuição de energia para o estado. “A lâmina d'água é muito extensa, isso favorece a formação de ondas, porque o atrito ali do vento com a superfície geram as ondas, que são amplificadas [...] A barragem também foi pensada como um aproveitamento múltiplo, já que a eficiência energética, a produção hidrelétrica é muito baixa em relação à área inundada [...] “, explicou Ibrahim. Acidentes Vista aérea do Lago de Manso em Mato Grosso Marcos Vergueiro Ao longo dos últimos anos, o Lago do Manso tem sido palco de diversos acidentes fatais, muitos deles relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas e à falta de segurança nas embarcações. 19 de julho de 2021 – A mulher de 29 anos que havia desaparecido após a embarcação onde estava virar no Lago do Manso foi encontrada por uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros. O corpo foi localizado a cerca de 3 metros de profundidade e 40 metros da margem. O acidente ocorreu na noite do domingo (18), quando a vítima foi projetada para a água. 21 de agosto de 2020 – Em um caso semelhante, Alinor Santos Cunha, de 65 anos, morreu após a canoa onde estava virar no lago. O corpo de Alinor foi encontrado no dia seguinte pelo Corpo de Bombeiros. Ele estava na beira do lago alimentando peixes quando a embarcação virou. Horas antes, ele havia se queixado de dores no braço. 1º de dezembro de 2024 – Um jovem de 27 anos, Roniielson Domingos da Silva, morreu afogado após dar um mergulho enquanto festejava com amigos e familiares. De acordo com o relato do irmão da vítima à Polícia Civil, Roniielson entrou na água e não retornou à superfície. Mesmo após tentativas de reanimação, o jovem não resistiu e foi declarado morto. 20 de janeiro de 2024 – Edelson José Nunes, de 51 anos, morreu após se afogar no Lago do Manso. Ele estava mergulhando próximo à beira do lago com várias crianças quando não retornou após um mergulho. A sobrinha da vítima viu o boné de Edelson flutuando, mas não obteve resposta ao chamá-lo. 11 de fevereiro de 2024 – O corpo de Jackson Batista de Souza, de 23 anos, foi encontrado após um acidente com um jet ski. Jackson caiu da embarcação e, apesar de tentativas de socorro por testemunhas, não resistiu e morreu. O incidente aconteceu na região do Condomínio Portal das Águas, a 65 km de Cuiabá. 17 de março de 2024 – Ana Luiza dos Santos, de 19 anos, faleceu após cair de uma moto aquática. Ela estava sem colete salva-vidas, assim como o piloto da moto. O acidente aconteceu no domingo (17), e seu corpo foi encontrado dois dias depois, em 19 de março. Além disso, o veículo foi apreendido pela Marinha do Brasil por estar sem a documentação necessária. Duas pessoas seguem desaparecidas após barco virar no Lago do Manso

FONTE: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2025/12/31/lago-onde-menino-de-6-anos-salvou-familia-ja-foi-cenario-de-outros-acidentes-veja-cronologia.ghtml


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