O que se sabe sobre novos e-mails de Epstein que citam Trump

  • 13/11/2025
Congresso dos EUA divulga emails com relações sobre o grau de proximidade entre Trump e Jefrey Epstein Parlamentares nos Estados Unidos divulgaram mais de 20 mil páginas de documentos do espólio do milionário condenado por crimes sexuais Jeffrey Epstein, morto em 2019, incluindo mensagens que mencionam o presidente dos EUA, Donald Trump. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Na quarta-feira (12), parlamentares do Partido Democrata na Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira) tornaram públicas três trocas de e-mails entre Epstein e sua antiga associada Ghislaine Maxwell — atualmente presa e condenada a 20 anos por tráfico sexual — e entre Epstein e o escritor Michael Wolff, autor de diversos livros sobre Trump. Poucas horas depois, republicanos da Câmara reagiram divulgando um grande volume de arquivos, afirmando que os democratas "selecionaram documentos a dedo" para "criar uma narrativa falsa e difamar o presidente Trump". A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os e-mails foram "vazados seletivamente" por democratas "à mídia liberal, para fabricar uma narrativa falsa e manchar o presidente Trump". Leavitt afirmou ainda que "o fato é que o presidente Trump expulsou Jeffrey Epstein de seu clube décadas atrás por agir de forma inapropriada com funcionárias, incluindo Giuffre". Trump diz que foi amigo de Epstein por vários anos, mas que os dois romperam relações no início dos anos 2000, dois anos antes da primeira prisão do milionário. O presidente tem negado qualquer envolvimento em crimes ligados a Epstein. O que dizem os e-mails entre Epstein e Maxwell Jeffrey Epstein e Donald Trump (na foto de 1997) foram amigos por anos, embora o presidente dos EUA diga que rompeu com ele no início dos anos 2000. Getty Images via BBC O primeiro e-mail divulgado pelos democratas é de 2011 e mostra uma troca entre Epstein e Maxwell. Epstein escreve: "Quero que você perceba que o 'cachorro que não latiu' é o Trump... a [nome omitido da vítima] passou horas na minha casa com ele". Ele prossegue, afirmando que Trump "nunca foi mencionado uma única vez", nem mesmo por um "chefe de polícia". Maxwell responde: "Tenho pensado sobre isso..." O nome da vítima foi omitido no e-mail divulgado pelos democratas, mas a versão sem supressões consta no conjunto de documentos liberado pela comissão. Essa versão mostra o nome "Virginia". Após a divulgação feita pelos democratas, a Casa Branca disse que o nome se refere a Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein, que morreu por suicídio no início de 2025. Em nota, a Casa Branca afirmou que Giuffre "repetiu diversas vezes que o presidente Trump não teve qualquer envolvimento em irregularidades e 'não poderia ter sido mais gentil' com ela nos poucos contatos que tiveram". Em um depoimento em 2016, Giuffre disse nunca ter visto Trump participar de abusos. E, em um livro de memórias lançado neste ano, ela não acusou o presidente de nenhuma irregularidade. Questionado sobre por que o nome havia sido inicialmente suprimido, o congressista Robert Garcia — principal democrata da Comissão de Supervisão da Câmara dos EUA — afirmou que o partido nunca divulga nomes de vítimas, em respeito a elas e às famílias. 'CLARO QUE ELE SABIA DAS MENINAS': veja íntegra e tradução de e-mails de Epstein sobre Trump O que dizem os e-mails entre Epstein e Wolff Nos e-mails trocados com o escritor Michael Wolff, Epstein discute sua ligação com Trump, que estava em campanha presidencial de seu primeiro mandato em 2015. Em uma mensagem, Wolff avisa que a CNN planejava perguntar a Trump sobre sua relação com Epstein "no ar ou logo após em entrevista". Epstein responde: "Se a gente puder formular uma resposta para ele, o que você acha que deveria ser?" Wolff responde: "Acho que você deve deixá-lo se enforcar sozinho. Se ele negar ter estado no avião ou na casa, isso te dá capital político e de relações públicas. Você pode enforcá-lo de um jeito que potencialmente possa gerar um benefício positivo para você, ou, se realmente parecer que ele pode vencer, você pode salvá-lo e criar uma dívida". E acrescenta: "É possível, claro, que, quando perguntarem, ele diga que Jeffrey é um ótimo sujeito, que foi injustiçado e é vítima do politicamente correto, que será abolido num governo Trump." Em outro e-mail divulgado pelos democratas, datado de outubro de 2016, dias antes da eleição presidencial, Wolff oferece a Epstein a chance de o milionário dar uma entrevista que "poderia acabar com Trump". "Há uma oportunidade de falar nesta semana sobre Trump de modo a gerar simpatia por você e enfraquecê-lo. Interessado?", escreve Wolff. Um terceiro e-mail divulgado pelos democratas é de janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump, o qual mostra Epstein dizendo a Wolff: "Trump disse que me pediu para renunciar", aparentemente em referência à suposta filiação ao clube do presidente, Mar-a-Lago. Epstein afirma no email nunca ter sido membro e acrescenta: "Claro que ele sabia sobre as garotas, já que pediu a Ghislaine para parar." Ao comentar a divulgação dos emails em um vídeo publicado no Instagram, Wolff disse: "Alguns desses e-mails são conversas entre Epstein e eu, com Epstein falando sobre sua relação com Donald Trump. Venho tentando contar essa história há muito tempo." Andrew enviou um e-mail a Epstein em 2011 Deputados dos EUA pedem que ex-príncipe Andrew preste esclarecimentos em investigação de Epstein Além de Trump, um documento divulgado pelos parlamentares americanos também menciona Andrew Mountbatten-Windsor, anteriormente conhecido como príncipe Andrew. Andrew respondeu a um e-mail encaminhado por Maxwell por meio de Epstein, em março de 2011, sobre uma suposta relação sexual com uma massagista que trabalhava para Epstein. O conteúdo mostra o britânico negando acusações de envolvimento com uma massagista ligada a Epstein. A resposta de Andrew diz: "Ei! O que é isso? Não sei nada sobre isso! Você precisa DIZER isso, por favor. Isso NÃO tem nada a ver comigo. Não aguento mais." Maxwell havia encaminhado um e-mail de "direito de resposta" do jornal "Mail on Sunday" em 4 de março daquele ano, com diversas acusações envolvendo ela própria, Epstein e o então príncipe Andrew. O e-mail de direito de resposta afirma que uma mulher, cujo nome foi suprimido no documento divulgado, foi apresentada a Andrew por Epstein em 2001, na casa de Maxwell em Londres, onde teria feito sexo com ele. Em 6 de março de 2011, o jornal Mail on Sunday publicou uma reportagem que incluía uma fotografia do príncipe Andrew com Virginia Giuffre. Andrew sempre negou qualquer irregularidade e nunca enfrentou acusações formais. Peter Mandelson entrou em contato com Epstein em 2016 Peter Mandelson, demitido do cargo de embaixador do Reino Unido nos EUA em setembro por causa de seus vínculos com Epstein, também é mencionado nos documentos recém-divulgados. Eles mostram que Mandelson ainda mantinha contato com Epstein em 2016, segundo os registros. O contato anterior mais recente entre os dois havia sido quando Mandelson, então secretário de Negócios do Reino Unido, buscou conselhos de Epstein sobre um acordo bancário em março de 2010, apenas meses após a libertação do americano da prisão por crimes sexuais contra menores, de acordo com o jornal "Daily Telegraph". Um e-mail de Epstein para Mandelson, em 6 de novembro de 2015, pouco depois do aniversário do político, diz: "63 anos. Você conseguiu". Mandelson responde menos de 90 minutos depois: "Por pouco. Decidi prolongar minha vida passando mais tempo nos EUA". Epstein então responde: "na Casa Branca de Donald [Trump]", em referência à eleição presidencial americana prevista para ocorrer naquela semana. E prossegue: "Você estava certo em se afastar de Andrew. Eu estava certo em você permanecer com Rinaldo [sic]", uma referência ao atual marido de Mandelson, Reinaldo Avila da Silva. Mandelson tem afirmado repetidamente lamentar sua relação com Epstein. Procurado pela BBC, ele se recusou a comentar os e-mails. O que dizem as sobreviventes Annie Farmer, uma das acusadoras de Epstein e testemunha-chave no julgamento de Maxwell por tráfico sexual, divulgou uma nota após a publicação dos e-mails em que afirma: "Quanto mais informações surgem sobre Jeffrey Epstein, mais perguntas ficam. As sobreviventes merecem mais do que gotas de informação". Farmer pediu a "divulgação completa" dos chamados Arquivos de Epstein — um conjunto de documentos oficiais ligados às investigações sobre o americano e sua rede de exploração sexual, cuja divulgação total tem sido pressionada por congressistas de ambos os partidos. Segundo Farmer, "as cerca de mil mulheres e meninas vítimas de Epstein e de seus associados merecem total transparência". Veja os vídeos que estão em alta no g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/11/13/o-que-se-sabe-sobre-novos-e-mails-de-epstein-que-citam-trump.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Anunciantes