Ofensiva de Trump sobre o Brasil é contra o 'B' de Brics e não a favor do 'B' de Bolsonaro
09/07/2025
(Foto: Reprodução) Presidente norte-americano fez postagem a favor de Bolsonaro e prometeu novas taxas ao Brasil. A briga parece mais uma guerra econômica do que uma luta política ou pela democracia. Ofensiva de Trump sobre o Brasil é contra o 'B' de Brics e não a favor do 'B' de Bolsonaro
A ofensiva de Donald Trump contra o Brasil, seja com publicação em sua rede social em apoio a Jair Bolsonaro (PL), seja com ameaça de novas taxações, é um conflito que tem a ver mais com o Brics do que propriamente com Bolsonaro.
É fato que há alinhamento entre o trumpismo e bolsonarismo, mas o que está se desenhando é uma guerra econômica travestida de guerra política. A briga não é "B" de Bolsonaro, mas "B" de Brics.
Afinal, o lema de Trump é "America first" e não é "Bolsonaro" ou "democracy first". Qual seria o interesse da América na briga contra o Brasil, alimentada por Trump? É sabotar o Brics, bloco criticado por ele desde a sua posse. Bolsonaro pode até agradar Trump, mas o que realmente desagrada Trump é o Brics.
Há uma escalada da crise com a declaração da embaixada americana. O que parecia até então coisas típicas do jeito exótico de Donald Trump, que humilha outros chefes de estado em audiências públicas, agora virou problema entre os estados norte-americano e brasileiro.
"As mensagens beiram a agressão", avalia um diplomata brasileiro ao blog.
O tema, não há dúvidas, será debate na campanha de 2026. A pergunta é: o candidato da direita vai prometer romper com o Brics, como quer Trump?
LEIA MAIS
Após nota de embaixada dos EUA pró-Bolsonaro, Itamaraty chama representante a prestar esclarecimentos
'Ai, esses vira-latas', diz Janja após pergunta de jornalistas a Lula sobre tarifas de Trump
Tarifaço: Trump anuncia novas taxas e envia segunda leva de cartas a líderes globais; veja lista
Em novo round pela dominância das redes, líder do Centrão ataca Comunicação de Lula, que responde
Trump diz que tarifa para o Brasil será anunciada entre hoje e amanhã
Aperto de mãos entre Bolsonaro e Donald Trump, em 2020
Reuters/Tom Brenner
