Quase 50 delegações ainda negociam hospedagem para a COP30, em Belém
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Delegações ainda negociam hospedagem para a COP 30, em Belém
Quase 50 delegações estrangeiras ainda estão negociando hospedagem em Belém a menos de 20 dias para a COP30.
Das delegações credenciadas na ONU até agora, apenas 87 já garantiram acomodações, segundo a Secretaria da COP da Casa Civil, responsável pela logística da conferência. 49 ainda estão negociando hospedagem - efeito dos preços altos cobrados na cidade.
Em um esforço para ter o maior número possível de participantes nas negociações climáticas, o presidente da COP, embaixador André Corrêa do Lago, anunciou que entidades filantrópicas vão pagar parte da estadia das delegações de países menos desenvolvidos:
“O governo brasileiro conseguiu recursos privados, muito generosos, para que a gente possa pagar três quartos para cada país que está na lista dos países de menor desenvolvimento relativo, que é o LDCs, para as pequenas ilhas e para os países africanos, o conjunto de países africanos. Um apoio significativo para que todos os países em desenvolvimento possam estar presentes na COP”, diz André Corrêa do Lago, presidente da COP.
Quanto mais países participantes, maior a legitimidade do que for decidido. Um dos temas que estão na mesa de negociações é a adaptação. Como a humanidade vai se adaptar ao surgimento de eventos extremos mais frequentes? A temperatura média da Terra já subiu cerca de 1,5ºC - 2024 foi o ano mais quente da história. Então, agora, além de tentar frear o aquecimento global, também é preciso se adaptar, se preparar para uma nova realidade climática.
Na oitava carta, publicada nesta quinta-feira (23), à comunidade internacional, o presidente da COP convidou os países a refletirem sobre o tema. A carta lembra que, segundo os números mais recentes da ONU, mais de 1 bilhão de pessoas vive na pobreza. A maioria, em regiões que já enfrentam um grande risco climático. A carta diz que:
"Sem adaptação, a mudança do clima se torna um multiplicador da pobreza, destruindo meios de subsistência, deslocando trabalhadores e aprofundando a fome. À medida que os impactos se intensificam, a inação não representa uma falha técnica, mas sim uma escolha política sobre quem vive e quem morre”.
“Você não pode fazer uma adaptação seletiva. A adaptação tem que incluir todos os níveis da sociedade, e isso é muito difícil de você traduzir em uma dimensão meramente privada”, afirma André Corrêa do Lago, presidente da COP.
Quase 50 delegações ainda negociam hospedagem para a COP30, em Belém
Reprodução/TV Globo
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