Queixadas voltam a ser registrados no RJ após décadas desaparecidos

  • 01/07/2025
(Foto: Reprodução)
Espécie reapareceu na Reserva Biológica de Araras, em Petrópolis. Queixada em bando Reprodução Um porco selvagem da família Tayassuidade, popularmente conhecido como 'queixada', foi visto na Reserva Biológica de Araras, em Petrópolis. As primeiras imagens foram capturadas em 2021 e monitoradas ao longo de três anos. O levantamento foi publicado na Revista Científica "Suiform Soundings", da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A descoberta é resultado do programa de monitoramento de mamíferos de médio e grande portes implantado pela pesquisadora e guarda-parque do Inea, Vanessa Cabral Barbosa, e conduzido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A iniciativa inclui a coleta sistemática de dados sobre a biodiversidade, por meio de armadilhas fotográficas, análise de vestígios e registro de abundância e distribuição das espécies, além dos impactos das atividades humanas. De pelagem escura e com um característico “queixo branco”, o Queixada vive em grandes bandos, que podem reunir mais de cem indivíduos. Classificado como Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN, devido à perda de habitat e à caça, o animal é uma espécie essencial para o ecossistema, atuando na dispersão de sementes e influenciando a estrutura da vegetação. Entre os anos de 2021 e 2023, foram registrados bandos com 20 a 60 indivíduos em áreas de floresta contínua, confirmando a importância dos corredores ecológicos e da proteção dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Queixada Divulgação Pela relevância dos dados, a pesquisa, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi convidada a integrar a consulta nacional sobre ungulados ameaçados. Pela primeira vez, unidades de conservação estaduais participaram oficialmente deste processo técnico-científico, que subsidia a reavaliação da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. Além da Rebio Araras, participaram também o Parque Estadual do Cunhambebe, com registros inéditos de anta (Tapirus terrestris), e o Parque Estadual da Pedra Selada. “A redescoberta dessa espécie demonstra que as unidades de conservação são essenciais para proteger os remanescentes florestais e a diversidade biológica da Mata Atlântica. Por isso, estamos fortalecendo nossas políticas públicas, visando a preservação do nosso patrimônio ambiental”, destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi. Segundo a pesquisadora Vanessa Cabral, os queixadas desempenham papel ecológico fundamental, controlando populações de outras espécies e promovendo a regeneração da floresta. “O reaparecimento do queixada no Rio de Janeiro demonstra que a conservação, aliada ao monitoramento sistemático e à cooperação entre pesquisadores, gestores e comunidades, é capaz de reverter cenários de extinção da fauna. Tais avanços reforçam a importância de políticas públicas de conservação do bioma Mata Atlântica”, ressaltou.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2025/07/01/queixadas-voltam-a-ser-registrados-no-rj-apos-decadas-desaparecidos-1.ghtml


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