Rios que abastecem Piracicaba têm vazão e nível abaixo da média esperada para outubro

  • 16/10/2025
(Foto: Reprodução)
Escassez hídrica: Bacia do Rio Piracicaba integra alerta do governo de SP Mesmo com as chuvas registradas no segunda quinzena de outubro, os Rios Piracicaba e Corumbataí, responsáveis pelo abastecimento de água em Piracicaba (SP), têm vazão e nível abaixo da média esperada para o mês, apontam dados do boletim Sala de Situação do Consórcio das Bacias PCJ, a partir de dados do SP Águas, divulgados nesta quarta-feira (15). Rio Corumbataí 🏞️A vazão atual do Rio Corumbataí, responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba, é de 5,85 mil litros de água por segundo (m3/s) nesta quarta-feira (15). A marca é 28,09 % menor do que o volume médio esperado para o reservatório, de 8,13 m3/s. O nível do manancial na mesma data era de 0,88m de profundidade, 6% abaixo da média histórica esperada para outubro no trecho de Piracicaba, que é de 0,94m. Rio Piracicaba 🏞️O Rio Piracicaba, responsável por cerca de 20% do abastecimento, tem vazão 67,8% abaixo da média para outubro. Com 22,23 mil litros de água por segundo (m3/s) na estação de captação na região da Rua do Porto, em Piracicaba. A expectativa para o mês é de 69,63 m3/s. O nível do manancial também ficou abaixo da média para outubro. Nesta quarta (15), a profundidade do Rio Piracicaba era 1,08 metro, nível 30% menor que a expectativa prevista no mês, que é de 1,55m. Chuvas Na primeira quinzena de outubro, Piracicaba registrou 46,2 milímetros de chuvas. As precipitações ficaram concentradas na segunda semana, entre os dias 8 e 13 de outubro, segundo medições da estação meteorológica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade. A média história de chuvas é de 110,3 milímetros. Setembro seco Piracicaba somou 20,6 milímetros (mm) de chuvas em todo mês de setembro de 2025. O volume, concentrado em apenas dois dias do mês, representa 34% da média histórica esperada para este período do ano, que é de 60,4 mm. As medições são da estação meteorológica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade. Setembro registrou chuvas nos dias 21 e 22 de setembro, com volumes de 1,8 milímetros e 18,8 milímetros em cada um, respectivamente. Protocolo de Escassez Hídrica O Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), integra alerta da Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas), em documento que instituiu o "Protocolo de Escassez Hídrica", aprovado no dia 23 de setembro. O manancial integra uma das bacias estratégicas para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O Rio Piracicaba é responsável por 20% do abastecimento em Piracicaba (SP), mas a bacia hidrográfica do manancial oferta água para outras dezenas de municípios. Siga o g1 Piracicaba no Instagram📱 As áreas abrangidas pelas declarações são: Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (UGRHI-06), que concentra a maior parte dos sistemas produtores da RMSP Porção paulista da Bacia do Rio Piracicaba (parte da UGRHI-05), cuja cabeceira integra o Sistema Cantareira, maior sistema produtor do Estado Baixa vazão impede saída de barcos turísticos pelo Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), neste domingo (21) Edijan Del Santo Segundo o governo do Estado de São Paulo, o novo protocolo de escassez hídrica se ampara em indicadores hidrometeorológicos e estudos conduzidos pelas Superintendências de Segurança Hídrica e de Regulação da SP Águas. "O estudo considerou séries históricas de chuvas e afluências, projeções climáticas e volumes dos reservatórios, além das regras de operação e outorgas vigentes. Também foi avaliada a vulnerabilidade hídrica nas dimensões de exposição, sensibilidade e capacidade de resposta institucional, assegurando a prioridade do abastecimento humano e da dessedentação animal", detalhou. O que passa a valer após o protocolo? 📝 Segundo o governo de São Paulo, passam a valer imediatamente as condições previstas no Protocolo, como: priorização dos processos de concessão de outorga emergencial e sazonal para os usos prioritários suspensão da emissão de novos processos de novas outorgas para usos não prioritários O Protocolo de Escassez Hídrica é implantado como experimento regulatório com vigência inicial de 24 meses. "O objetivo é organizar a atuação da Agência em cinco estágios de disponibilidade hídrica (Normalidade, Atenção, Alerta, Crítico e Emergência), definidos a partir da combinação de indicadores hidrometerológicos", detalhou. Cada estágio prevê medidas proporcionais que vão da intensificação do monitoramento até ajustes temporários de outorgas, sempre assegurando a prioridade estabelecida pela legislação vigente. PCJ O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) informou em nota, enviada ao g1, no dia 25 de setembro, a Deliberação do SP Águas busca assegurar a sustentabilidade hídrica das Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo, com ações a serem adotadas divididas, também, por grau de intensidade da estiagem. “O Consórcio PCJ entende que as ações que a entidade vem tomando durante todo o ano de 2025, como o monitoramento da disponibilidade hídrica, a produção de boletins hidrológicos e as medidas da Operação Estiagem 365 estão preparando os municípios, empresas e a sociedade das Bacias PCJ para o enfrentamento de impactos de estiagens mais severas, que possam acarretar medidas de contingenciamento como a realizada essa semana pelo SP Águas”, observou. Ainda no documento, o Consório PCJ afirmou que monitora, periodicamente, o comportamento hídrico das Bacias PCJ, por meio de boletins hidrológicos disponibilizados aos municípios e empresas associados e à sociedade. “[O objetivo] é a apresentar o cenário presente e projetar possíveis comportamentos hídricos futuros para balizar a tomada de decisões quanto à segurança hídrica”, completou. Operação estiagem Desde o início de 2025, o Consórcio PCJ, prevendo a intensificação da estiagem nesse ano e com possibilidade de reflexos para o período seguinte, instituiu a Operação Estiagem 365, com objetivo de garantir a disponibilidade hídrica durante o ano todo, mesmo com a redução das precipitações. O documento tem propostas de ações divididas em três graus de criticidade de atendimento do abastecimento de água: Baixa dificuldade no atendimento de água ou fase verde Média dificuldade ou fase amarela Alta dificuldade ou fase vermelha Em cada uma das fases medidas são recomendadas para amenizar os impactos à população e evitar uma possível interrupção do serviço de abastecimento. Essas medidas buscaram preparar os municípios e empresas para possíveis desdobramentos de um agravamento da estiagem, com base nos aprendizados de anos anteriores, em modo especial da crise hídrica de 2014/2015. O Consórcio PCJ segue com suas recomendações para o uso sustentável das fontes de água para assegurar a passagem por esse período de escassez sem prejuízos à disponibilidade hídrica. Águas escuras em setembro Após as chuvas registradas em Piracicaba (SP) no dia 22 de setembro, as águas do manancial que corta a cidade ficaram escuras e turvas. O município não tinha volume de chuvas significativo há quase um mês, desde o dia 27 de agosto de 2025, segundo medições da estação meteorológica da Esalq-USP. Entenda cenário, abaixo. Segundo especialista consultado pelo g1, a coloração escura da água no manancial pode ser perigosa porque mexe com a matéria orgânica no fundo do leito do rio e, a depender da situação, alterar o nível de oxigenação da água, o que também pode provocar mortandade de peixes. A análise é do professor e pesquisador em Ecologia Aplicada, Plínio Barbosa de Camargo, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba. Saiba por que água do Rio Piracicaba fica escura após chuvas e entenda riscos "O cenário pode ser explicado pelo revolvimento do lodo do fundo do rio. Fizemos a medição da água um dia antes das chuvas, no início da semana. A situação não era tão crítica, apesar da estiagem", observou o professor. Após chuvas registradas no leito do Rio Piracicaba, águas do manancial ficam escuras e Cetesb monitora situação Edijan Del Santo/EPTV O pesquisador da Esalq-USP alerta que é importante monitorar a qualidade da água nesse período após chuvas. "É preciso verificar se essa coloração continua após alguns dias. Como estava há muito tempo se chover, formou muito lodo no fundo. Se a cor da água não mudar, indica possível descarga química no leito", pontuou. Águas do Rio Piracicaba apresentam coloração escura e turbidez após chuvas registradas na região da Rua do Porto Edijan Del Santo/EPTV LEIA TAMBÉM Pico da estiagem: após 78 sem chuvas, Rio Piracicaba tem baixa vazão e Semae aumenta uso de cloro no tratamento de água VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Piracicaba

FONTE: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/10/16/mesmo-apos-chuvas-rios-que-abastecem-piracicaba-tem-vazao-e-nivel-abaixo-da-media-esperada-para-outubro.ghtml


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